domingo, 17 de julho de 2011


COMO INVESTIR?

Quando pensamos em “investimentos” devemos levar em consideração:

  • A capacidade: o quanto podemos investir, qual parcela de nossa renda pode ser poupada.
  • O prazo: curto prazo (geralmente, menos de um ano), médio prazo (geralmente entre 1 e 5 anos) e longo prazo (acima de 5 anos).
  • O objetivo: para que investir? Trocar de carro? Viajar ao Exterior? Pagar a faculdade dos filhos e/ou dos netos? Formar um fundo para aposentadoria complementar? Deixar guardado para emergências?
  • A liquidez: a capacidade de resgatar, totalmente ou parcialmente e em dinheiro vivo o que foi investido
  • O risco: a probabilidade de perder ou não o que foi investido (ou parte deste valor)
  • A rentabilidade: o quanto irá render em determinado período.

Os Economistas geralmente são criticados (e ridicularizados) por sua falta de objetividade. Quando pergunta-se a um Economista “qual o melhor investimento disponível no mercado”, geralmente a resposta é “depende”. Mas, depende do que?

  1. O quanto você dispõe para investir?
  2. O quanto você quer juntar?
  3. Em quanto tempo?
  4. Em caso de qualquer eventualidade, você está disposto a abrir mão deste “projeto de investimento”, ou pelo menos de parte dele; ou dispõe-se a adiar os planos? Ou este dinheiro é sagrado: uma vez guardado, nem mesmo uma hecatombe nuclear justificaria seu resgate?

Vejamos mais detalhadamente cada um dos aspectos de um “projeto de investimento”

  1. LIQUIDÊZ
  2. PRAZO
  3. RISCO
  4. RENTABILIDADE

  1. LIQUIDEZ

Segundo o “Novíssimo Dicionário de Economia”, de Paulo Sandroni:

LIQUIDEZ. Disponibilidade em moeda corrente, meios de pagamento, ou posse de títulos, ou valores conversíveis rapidamente em dinheiro. Dependendo do tipo de aplicação financeira, a liquidez pode ser maior ou menor, sendo inversamente proporcional aos prazos em que as aplicações financeiras forem feitas: por exemplo, aplicações de longo prazo têm menor liquidez do que aplicações de curto prazo. A liquidez absoluta, no entanto, só é possuída pelo papel-moeda e a moeda metálica numa economia. Entre títulos ou aplicações com o mesmo prazo de vencimento, terão maior liquidez aqueles títulos que possam ser vendidos mais facilmente no mercado, como acontece, no mercado acionário, com as ações consideradas blue chips. Para uma empresa, a liquidez é representada pelo disponível (dinheiro em caixa mais títulos de mercado) e pelo realizável a curto prazo (mercadorias vendidas a prazos inferiores a seis meses, duplicatas e promissórias).

Quanto maior for à facilidade e a rapidez de converter-se em dinheiro vivo valores aplicados em um investimento maior é considerada sua liquidez. Quanto menor for à facilidade e a rapidez de converter-se em dinheiro vivo valores aplicados em um investimento menor é considerada sua liquidez.

  1. PRAZO

É o período mínimo que um investimento deve levar para atingir seus objetivos. Podemos classificar:

· Curto: até um (1) ano a partir do início do investimento.

· Médio: de um (1) a cinco (5) anos a partir do início do investimento.

· Longo: acima de cinco (5) anos após o início do investimento.

Prazo X Liquidez

“Prazo” e “Liquides” tem relação inversa: quanto menor o prazo de um investimento, maior sua liquidez; quanto maior o prazo, menos a liquidez.

  1. RISCO

Entende-se por “risco” todo o conjunto de fatores que irão determinar os ganhos ou perdas em um investimento: situação econômica do país, situação econômica do mundo, fatores climáticos e emocionais, saúde financeira das instituições onde se investe, idoneidade das mesmas; entre muitos outros. Em outras palavras; o risco está ligado à incerteza.

Risco X Prazo

“Risco” e “Prazo” possuem relação proporcional: quanto mais tempo se deixa dinheiro aplicado em um investimento, mais risco se corre, e vice-versa. Não aplicar recursos em investimento algum é a única possibilidade de “risco zero”, pois dinheiro para não é vítima de nenhuma incerteza e sim de certezas: não será remunerado, se desgastará com o tempo, em maior ou menor grau será consumido pela inflação, etc.

Risco X Liquidez

“Risco” e “Liquidez” possuem relações, no mínimo, controversas. Podemos ver como uma relação direta: quanto mais tempo mantermos recursos aplicados em um investimento, mais riscos correremos de perdê-los. Por outro lado, quanto menos tempo deixarmos recursos aplicados em investimentos, mais riscos corremos de não obtermos a rentabilidade esperada e de atingir nossos objetivos. A relação entre “Risco” e “Prazo” é determinada por diversos fatores: sócio-econômicos, políticos, naturais, período de investimento, rentabilidade, etc.

4. RENTABILIDADE:

Refere-se ao retorno sobre os recursos aplicados em um investimento. Pode vir na forma de juros, lucros, dividendos, bonificações, etc. É a remuneração do investimento.

Rentabilidade X Liquidez

Os intermediários financeiros costumam auferir uma relação inversa entre Rentabilidade e Liquidez: quanto maior a liquidez, menor a rentabilidade; quanto menor a liquidez, maior a rentabilidade. Mais uma vez apelando para a sabedoria popular: “tudo nessa vida tem seu preço”.

O preço de se resgatar o valor investido é este ter uma rentabilidade menor. O preço de obter uma remuneração melhor em uma quantia é ficar mais tempo longe desta.

Rentabilidade X Prazo

Uma coisa é certa: quanto mais tempo uma quantia fica aplicada em um investimento, maior será sua rentabilidade. Se este retorno será mesmo obtido, aí são “outros quinhentos”, como diz a sabedoria popular. Portanto, teoricamente, quanto maior o Prazo, maior a Rentabilidade Se a relação entre “rentabilidade” e “prazo” será proporcional ou inversa, depende de outros fatores, como o Risco.

Rentabilidade X Risco

O que é mais seguro: dançar com a irmã em uma reunião informal de família ou dançar com uma “cachorra” em um baile funk na periferia carioca? Das opções citadas qual seria a mais estimulante, diferente, excitante? Como já dissemos: “tudo nessa vida tem um preço”. Portanto “Rentabilidade” e “Risco” possuem relação proporcional: quanto maior for a rentabilidade de um investimento, maior será o risco e vice-versa. Os intermediários financeiros precisam de algum estimulo para convencer os poupadores investir em algo arriscado. Tal estímulo só pode ser uma rentabilidade maior.

Vejamos agora os principais passos para um projeto de investimento

  1. Poupe
  2. Estude o mercado
  3. Conheça os agentes de mercado
  4. Estabeleça metas
  5. Procure equacionar “liquidez”, “risco” e “rentabilidade” de acordo com as metas e prazos estabelecidos.

1. Poupe

A melhor maneira de começar a investir é poupar; separar uma parcela da renda, por menor que seja. Comece separando os pequenos valores, os pequenos trocos, as moedas miúdas; logo perceberá que não fazem tanta diferença no dia a dia, porém, fazem uma baita diferença no final do mês! Anote todos os ganhos e gastos, faça uma estatística no final do mês e veja o quanto pode cortar nas despesas. Mesmo que seja pouco, lembre-se: 1% a menos nas despesas significa 1% a mais na poupança.

2. Estude o mercado

Antes de começar a investir, pesquise as alternativas que o mercado oferece as melhores taxas, as opções de maior e menor risco, etc. Não confie cegamente nas dicas do gerente do seu Banco: ele é comissionado para vender produtos da instituição! Leia publicações especializadas, pesquise na internet, participe de comunidades no Orkut ligadas ao tema, troque idéias com amigos e conhecidos, faça cursos (mesmo que rápidos e baratos), leia livros sobre o tema.

3. Conheça os agentes de mercado

Você mesmo é um agende do mercado: ou é um consumidor, ou um poupador em potencial ou um tomador de empréstimos! Conheça os demais: o Governo, as empresas e o resto do mundo. Veja quais são os objetivos de cada um deles e como pode tirar proveito disso; identifique oportunidades.

4. Estabeleça metas

De curto prazo: trocar de televisor, ou de refrigerador. De médio prazo: fazer uma viagem ao Nordeste ou mesmo ao exterior. De longo prazo: garantir uma aposentadoria complementar, pagar a faculdade dos filhos ou dos netos. Antes de pegar a estrada, estabeleça onde quer chegar e qual o melhor caminho para tal.

  1. Procure equacionar “liquidez”, “risco” e “rentabilidade” de acordo com as metas e prazos estabelecidos.

Uma vez conhecido o mercado e estabelecidas as metas, procure as melhores alternativas. Qual investimento oferece a melhor relação “risco x rentabilidade”? Quais as melhores opções para curto, médio e longos prazos? Lembre-se: não existe melhor consultor para seus investimentos do que você mesmo! Profissionais especializados podem – e devem – ser procurados para auxiliá-lo; mas lembre-se de que um profissional do mercado financeiro (se for sério) é mais ou menos como um médico (também se for sério): ele poderá indicar-lhe alguns caminhos, recomendar alguns procedimentos, alertar sobre hábitos arriscados, etc.; porém não poderá lhe vender fórmulas mágicas, muito menos fazer milagres!

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