quinta-feira, 10 de novembro de 2011

MERCADOS DERIVATIVOS


“CONTRATE AGORA, ACERTE DEPOIS”

Existe um mercado onde é possível comprar sem ter dinheiro, vender sem possuir a mercadoria ou ativo e onde menos de 1% das transações são efetuadas de fato, com entrega efetiva do ativo ou mercadoria e sem pagamento efetivo.

Estamos falando do Mercado Derivativo, também conhecido como Mercado de Contratos Futuros, Mercado de Futuros, ou simplesmente Mercado Futuro.

Nas últimas décadas, os chamados “Derivativos” vêm ganhando grande espaço no noticiário econômico mundial. Em todas as grandes crises que abalaram a economia e as finanças nos últimos 15 anos (e não foram poucas), os Derivativos foram apontados como um dos grandes (se não o maior) vilões. Entretanto, seu conceito básico (contrate agora, acerte depois) é bastante antigo. Na Ágora da Grécia Antiga e no Fórum Romano já se contratavam negociações de diversas mercadorias para acerto futuro, com padrões de qualidade definidos por amostras. Na Idade Média, as grandes feiras de toda a Europa já apresentavam mecanismos relativamente sofisticados de negociação futura, que incluía livre trânsito de negociantes entre os países, proteção por parte dos nobres, câmbio de moedas, etc.

Entretanto, foi no Japão Feudal que surgiu um mercado incrivelmente semelhante ao moderno mercado derivativo: o mercado de arroz escritural, ou “mercado de arroz no livro”. As constantes oscilações no mercado físico de arroz causavam grandes incertezas nos produtores e comerciantes do cereal; para proteger-se da constante variação nos preços, os agricultores começaram a emitir recibos sobre a safra de arroz que ainda seria colhido. Tais recibos acabavam tornando-se um ativo financeiro. Para retirar-se do mercado livre de ônus, o vendedor do cereal simplesmente contratava uma compra da mesma quantidade de arroz para entrega na mesma data acertada no contrato de compra. Na prática era como se estivesse vendendo o arroz para si mesmo. Por incrível que possa parecer, este mercado era extremamente organizado.

Nos Estados Unidos durante o Século XIX, as dificuldades geradas pela má qualidade das estradas e portos, além das oscilações normais nos preços de cereais e do gado (causadas por fatores climáticas, políticos, econômicos, etc.) causavam incerteza nos agricultores, pecuaristas e comerciantes; que ficavam a mercê dos açougueiros e grandes moinhos. Para proteger-se de tais fatores, fazendeiros e comerciantes criaram um mercado organizado, absorvendo as experiências européias e japonesas de negociação futura. Toda a produção era embarcada para Chicago, escoadouro natural da produção americana. Assim surgiu a Chicago Board of Trade, a maior e mais importante bolsa de mercadorias e futuros do mundo até a atualidade.

No Brasil, algo semelhante teve início no século XX, quando comerciantes de algodão, café, milho e gado fundaram a Bolsa de Mercadorias de São Paulo, onde as mencionadas mercadorias eram negociadas a termo, ou seja, para acerto financeiro em data futura. Na década de 80 surge a Bolsa Mercantil & de Futuros – BM&F; na qual começam a ser negociados contratos a termo e a futuro de ouro, dólar e ativos financeiros. Em 1991, a BMSP e a BM&F fundem-se, surgindo assim a Bolsa de Mercadorias & Futuros; mantendo-se a sigla “BM&F” e unificando-se as negociações com commodities agrícolas da BMSP com as negociações financeiras da BM&F original.

Em 2000, a BM&F se junta a outras bolsas de mercados futuros do mundo na Globex Alliance, uma plataforma de negociação única, que possibilita negociar contratos futuros em diversas partes do mundo. Em 2008, a BM&F funde-se a Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa, surgindo assim a BM&FBovespa, também chamada de Nova Bolsa; unindo os mercados de capitais e derivativos.

DEFINIÇÃO DE “DERIVATIVOS”

São chamados de “derivativos” qualquer ativo financeiro derivado – parcial ou totalmente – de outro ativo. Opções sobre ações, contratos a termo e contratos futuros são derivativos, pois são lastreados em outros ativos, tais como ações, títulos da dívida pública, moedas estrangeiras e commodities como ouro, minério de ferro, petróleo, cereais e gado.

Os derivativos dividem-se basicamente em:

· Opções: no mercado de opções, negocia-se o direito de comprar ou de vender um bem por um preço fixo numa data futura. Quem adquirir o direito deve pagar um prêmio ao vendedor tal como num acordo seguro.

· Contratos a Termo: como comprador ou vendedor do contrato a termo, você se compromete a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um preço fixado, ainda na data de realização do negócio. A data de realização do negócio e a realização são pré-estabelecidas para uma data futura. Os contratos a termo somente são liquidados integralmente no vencimento. Podem ser negociados em bolsa e no mercado de balcão.

· Contratos Futuros: deve-se entender o mercado futuro como uma evolução do mercado a termo. Você se compromete a comprar ou vender certa quantidade de um ativo por um preço estipulado para a liquidação em data futura. A definição é semelhante, tendo como principal diferença a liquidação de seus compromissos somente na data de vencimento, no caso do mercado a termo. Já no mercado futuro, os compromissos são ajustados diariamente às expectativas do mercado referentes ao preço futuro daquele bem, por meio do ajuste diário (mecanismo que apura perdas e ganhos). Além disso, os contratos futuros são negociados somente em bolsas.

· Swaps: no mercado de swap, negocia-se a troca de rentabilidade entre dois bens. Pode-se definir o contrato de swap como um acordo, entre duas partes, que estabelecem a troca de fluxo de caixa tendo como base a comparação da rentabilidade entre dois bens. A operação de swap é muito semelhante à operação a termo, uma vez que sua liquidação ocorre integralmente no vencimento.

REFERÊNCIAS:

Wikipedia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Derivativo

BM&F-Bovespa:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/educacional/iniciantes/mercados-de-derivativos/o-que-sao-derivativos/o-que-sao-derivativos.aspx?idioma=pt-br

http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/educacional/iniciantes/mercados-de-derivativos/tipos-de-derivativos/tipos-de-derivativos.aspx?idioma=pt-br

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

RENDA VARIÁVEL

Ativos de renda variável são aqueles cuja remuneração ou retorno de capital não pode ser dimensionado no momento da aplicação, podendo variar positivamente ou negativamente, de acordo com as expectativas do mercado. Os mais comuns são: ações, fundos de renda variável (fundo de ação, multimercado e outros), quotas ou quinhões de capital, Commodities (ouro, moeda e outros) e os derivativos (contratos negociados nas Bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas).

Nos investimentos em títulos de renda variável, o investidor não tem como saber, previamente, qual será a rentabilidade da aplicação. E remuneração depende de fatores políticos, econômicos, climáticos entre outros.

Aparentemente, essa incerteza faz com que a Renda Variável apresente riscos maiores do que os investimentos em Renda Fixa; entretanto, ao realizarem-se estudos e análises prévias do mercado e das empresas onde prentende-se investir, tais riscos são drasticamente reduzidos.

MODALIDADES:

Ações: representam a parcela mínima do capital de uma Sociedade Anônima; seu detentor é sócio (acionista) da mesma. As ações dividem-se em: Preferenciais (dão ao seu portador preferência na distribuição de lucros, isso é, “dividendos”; porém o acionista que a possuir não tem direito a voto na Assembléia Geral) e Ordinários (ao contrário das preferenciais, as Ordinárias dão direito a voto, porém seu portador não tem preferência na distribuição de dividendos). As ações podem ser adquiridas de duas formas:

· No mercado primário: quando a Sociedade Anônima emissora emite novas ações ou lança ações pela primeira vez (Oferta Publica Inicial ou I.P.O.);

· No mercado secundário: através de compra em Bolsa de Valores, com a intermediação de uma corretora.

A remuneração do investimento em ações se dá, principalmente, através da participação nos lucros da Sociedade Anônima emissora, sob a forma de dividendos em dinheiro e/ou bonificação em novas ações. O valor depende da lucratividade da empresa; esta depende de fatores econômicos, climáticos e de fatores de políticas interna da empresa emissora.

Veja também: “BOLSA DE VALORES: MITOS, LENDAS E CASCATAS”.

Fundos de Ações: são fundos administrados por bancos, sociedades corretoras ou empresas especializadas; nos quais o investidor compra um determinado número de cotas e seus recursos são utilizados na compra de ações de diversas empresas. A rentabilidade destes fundos depende das oscilações do mercado. Dividem-se em diversas categorias de acordo com o grau de risco que o investidor prefere correr.

Clubes de Investimento: condomínios, com personalidade jurídica própria, formado por um determinado grupo de investidores que juntam seus recursos para investir em ações, títulos públicos e privados, derivativos, etc. A diferença de um Clube de Investimento para um Fundo é que, por ter personalidade jurídica própria, seus administradores (ou seja, os próprios investidores)têm autonomia para gerir os recursos, necessitando do auxilio de uma instituição financeira para servir como intermediário nas operações de compra a venda.

VEJA TAMBÉM: “CLUBES DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES”

Derivativos: Ativos financeiros derivados de outros bens ou variáveis econômicas: ações, commodities, moedas, títulos da dívida pública, índices de ações, índices inflacionários, etc.

A grosso modo, os derivativos são contratos nos quais se estabelecem pagamentos futuros, cujo montante é calculado com base no valor assumido por uma variável, tal como o preço de outro ativo (e.g. uma ação ou commodity), a inflação acumulada no período, à taxa de câmbio, a taxa básica de juros ou qualquer outra variável dotada de significado econômico. Derivativos recebem esta denominação porque seu preço de compra e venda deriva do preço de outro ativo, denominado ativo-objeto.

Os principais são:

· Contratos futuros: contratos em que se estabelece a compra e venda de um ativo a um dado preço, numa data futura. O comprador ou vendedor se compromete a comprar ou vender certa quantidade de um ativo por um preço estipulado, numa data futura. No mercado futuro, os compromissos são ajustados diariamente às expectativas do mercado referentes ao preço futuro do bem, por meio do ajuste diário (mecanismo que apura perdas e ganhos). Os contratos futuros são negociados somente em bolsas.

· Contratos a termo: comprador e vendedor se comprometem a comprar ou vender, em data futura, certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro), a um preço fixado na própria data da celebração do contrato. Os contratos a termo somente são liquidados integralmente na data de vencimento, podendo ser negociados em bolsa e no mercado de balcão. Não há ajuste diário.

· Opções: contratos que dão a compradores ou vendedores o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender o ativo relacionado, em uma data futura (data do vencimento da opção), por um preço preestabelecido (o preço de exercício da opção). Tal como num contrato de seguro, o comprador deve pagar um prêmio ao vendedor. Diferentemente dos futuros, o detentor de uma opção de compra (call option) ou de venda (put option) não é obrigado a exercer o seu direito de compra ou venda. Opções do tipo americano podem ser exercidas a qualquer momento, até a data de vencimento; opções do tipo europeu só podem ser exercidas na data de vencimento do contrato. Caso não exerça seu direito, o comprador perde também o valor do prêmio pago ao vendedor.

· Swaps: contratos que determinam um fluxo de pagamentos entre as partes contratantes, em diversas datas futuras. Negocia-se a troca (em inglês, swap) do índice de rentabilidade entre dois ativos. Por exemplo: a empresa exportadora A tem uma dívida cujo valor é corrigido pela inflação e prevê que terá dólares em caixa. Portanto, ela pode preferir que sua dívida seja atualizada pela cotação do dólar. Já a empresa B, que só vende no mercado interno, tem um contrato reajustado em dólar, e pode preferir usar outro indexador, tal como a taxa de juros. Então, A e B, interessadas em trocar seus respectivos riscos, poderiam firmar um contrato de swap (diretamente ou mediante a intermediação de uma instituição financeira). O swap, no entanto, implica um certo risco. Variações inesperadas nos indexadores das dívidas podem eventualmente prejudicar um dos signatários, prejudicando o outro. Tal como a operação a termo, a operação de swap é liquidada integralmente no vencimento.

FONTES:

BM&FBovespa

Portal do Investidor

Wikipedia

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

BOLSA DE VALORES: MITOS, LENDAS E CASCATAS.


- A Bolsa é um cassino; se você quer continuar ganhando, tem que continuar jogando e conseqüentemente se arriscando.

- Bolsa de Valores é como a televisão: uma máquina de fazer doidos.

- A BM&F, Bolsa de Mercadorias & Futuros, bem que poderia chamar-se "BM&I - Bolsa, Manicômio & Inferno". É exatamente esse o roteiro de quem se põe a meter dinheiro nesse troço.

- Especulação é coisa do Demônio! Quem investe na Bolsa é do Bem, quem especula na Bolsa é do Mal. O investidor ajuda as empresas que tem ações na bolsa e colabora com a economia do Brasil; o especulador só pensa em si mesmo.

O prezado leitor já deve ter ouvido essas outras pérolas sobre investimentos em Bolsa; ou até mesmo passado por situações que o fizeram concordar ou discordar delas. O fato é que, muitas destas colocações baseiam em experiências reais que só ocorreram por puro desconhecimento. Geralmente, esse tipo de frase é criado por quem se deu mal ao aplicar na Bolsa, seja por azar (tudo parecia levar ao lucro; quando, de repente, o governo resolveu mudar radicalmente as regras durante o andamento do jogo; justamente quando a bola que você acabou de chutar estava quase chegando ao gol...), seja por ser vítima da má fé de pessoas mal-intencionadas do meio.

Seja qual for o motivo; na Bolsa (assim como tudo na vida), quanto menos conhecimento você tiver maiores as chances de quebrar a cara, ser vítima de picaretas e de ser pego de calças curtas por qualquer decisão do Governo.

Não é a intenção de este artigo servir como um "Manual Prático de Investimento em Bolsa", aliás, este que vos escreve já teve pretensões de criar algo do tipo e até publicar na internet, nos idos de 2003...

Felizmente, isso se perdeu no cyber espaço e o destino fez-me o grandessíssimo favor de sumir com os disquetes onde guardava o bendito manual. O pretendemos aqui é tentar desmistificar algumas das barbaridades espalhadas por aí sobre o tema.

ü O QUE É A BOLSA?

É uma Sociedade Civil na qual se negociam ações e outros ativos financeiros no Mercado Secundário.

Ações?!! Mercado Secundário?!! Este artigo não era para esclarecer?!!

Denomina-se "Ação" a menor fração do capital de uma empresa, caso ela seja uma "Sociedade Anônima" (as famosas S.A. ou S/A). Existem Sociedades Anônimas de dois tipos: as de "Capital Fechado" (cujas ações não podem ser negociadas no Mercado Secundário) e as de "Capital Aberto" (cujas ações podem ser negociadas no Mercado Secundário).

E o que vem a ser "Mercado Secundário"? Sempre que uma Sociedade Anônima resolve aumentar seu Capital por meio do lançamento de ações, o faz no Mercado Primário. O interessado compra uma determinada quantidade de ações e o dinheiro vai direto para o caixa da Sociedade Anônima. Se por algum motivo, o cidadão em questão resolver vender esta quantidade de ações, recorre ao Mercado Secundário, formado pelas Bolsas de Valores e pelo chamado "Mercado de Balcão" (quando vende a outra pessoa ou empresa sem a intermediação de nenhuma Bolsa, tal prática está cada vez mais em desuso). Para simplificar, tomemos, por exemplo, a fabricação e comercialização de um automóvel:

- A montadora X fabrica um determinado veículo e envia um lote deste para uma concessionária;

- o cidadão João da Silva vai até a concessionária e adquire o veículo 0 km em centenas de suaves prestações que comem quase metade de sua renda;

- após uns 2 anos, João da Silva - por um motivo que é problema dele, não cabe a nós discutir aqui - resolve vender o veículo no Feirão do Anhembi.

Pois bem, comparando essa historinha corriqueira com o mercado de ações:

- A montadora seria a Sociedade Anônima emissora da ação;

- o veículo seria a ação;

- a concessionária seria uma instituição financeira credenciada pela S/A emissora para oferecer suas ações no mercado;

- o cidadão João da Silva seria qualquer investidor, inclusive ele mesmo, que além de comprar o carro resolveu também investir parte de suas economias em ações da S/A emissora;

- o Feirão do Anhembi seria a Bolsa de Valores.

Trocando em miúdos: a concessionária faz parte do "Mercado Primário", o feirão, do "Mercado Secundário".

Ao comprar um veículo 0 km em uma concessionária, o dinheiro vai direto para o caixa da mesma. Ao revender o mesmo veículo em um feirão de usados, o dinheiro vai para o vendedor e a montadora não vê um tostão.

Da mesma forma, quando se compra uma ação no Mercado Primário, o dinheiro vai direto para o caixa da Sociedade Anônima emissora; ao vender no Mercado Secundário, o dinheiro fica exclusivamente com o vendedor, a S/A emissora não sente nem o cheiro.

Outra analogia corriqueira: a Bolsa seria uma espécie de "cartório" onde são registradas todas as transferências de ações de um investidor a outro. Mais ou menos como um Cartório de Registro de Imóveis. Ainda comparando com o mercado de imóveis: cada compra e venda de imóvel pode ter a intermediação de um "corretor de imóveis", sendo que cada transação é registrada em um cartório (que cobra uma taxa) e o corretor leva a sua comissão. No mercado de ações, cada transação DEVE OBRIGATORIAMENTE ter a intermediação de um corretor que cobra sua corretagem e cada transação é devidamente registrada em cartório, ou melhor, na Bolsa, que também cobra a sua taxa. Seja na bolsa, seja no mercado de balcão, quem deseja comprar ou vender uma determinada quantidade de ações, deve sempre recorrer a uma Sociedade Corretora.

ü É POSSÍVEL "INVESTIR NA BOLSA"?

A expressão "investir na Bolsa" designa qualquer operação de compra de ações de qualquer empresa sociedade anônima de capital aberto. Mas é possível investir "diretamente na Bolsa?", ou seja, aplicar recursos para que a própria Bolsa opere? Ou ainda: a Bolsa é ela própria uma sociedade emissora? Ao redor do mundo, algumas Bolsas são emissoras, outras não.

No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) até pouco tempo atrás era uma "sociedade civil sem fins lucrativos", ou seja, não era possível comprar ações da Bovespa, o termo "investir na Bovespa" significava simplesmente investir em ações de qualquer empresa emissora que tivesse suas ações negociadas na Bovespa. Recentemente, a Bovespa tornou-se uma Sociedade Anônima de Capital aberto, ou seja, uma empresa com fins lucrativos que tem suas ações negociadas tanto no Mercado Primário quanto no Mercado Secundário. Pouco tempo depois, a Bovespa fundiu-se com a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), formando a Bovespa/BM&F, também uma sociedade anônima.

Ou seja, atualmente o termo "investir na Bolsa", pelo menos no caso de Bovespa/BM&F, significa adquirir ações de qualquer empresa de capital aberto listada na Bolsa inclusive a própria Bolsa.

ü INVESTIMENTO X ESPECULAÇÃO X MANIPULAÇÃO

É difícil explicar as diferenças entre "investimento", "especulação" e "manipulação"; até porque, para muitas pessoas, tais palavras podem até soar como sinônimos.

"Investimento", a princípio é qualquer aplicação em ações.

"Especulação" significa aplicar capital em ações de uma ou várias empresas com a expectativa dos preços elevarem-se em períodos curtos, gerando assim lucros a curto prazo. O popular, "comprar na baixa e vendar na alta".

"Manipulação" é quando se tem alguma "informação privilegiada" da qual se faz uso para obter vantagens no mercado. Por exemplo: um especulador é muito amigo de um diretor de uma sociedade emissora e recebe deste uma "informação quente que vai abalar o mercado". O especulador guarda para si tal informação e começa a comprar compulsivamente ações da tal empresa, sendo que o restante do mercado não sabe o porquê. Uma hora, tal "informação quente" chega ao mercado e o preço das ações sobe. Como o especulador comprou uma boa quantidade, tem em estoque e vende mais caro.

Repare aí a maior confusão que se faz em termos de Bolsa: confundir "especulação" com "manipulação". O "especulador" espera fazer lucro com a alta dos preços, baseado em tendências de mercado. O "manipulador" detém uma informação importante e esconde para si, podendo aproveitar-se até para forçar uma situação favorável.

ü CARTÓRIO OU CASSINO?

Afinal, a Bolsa é um "cartório" ou um "cassino"?

Certamente, a Bolsa tem funções semelhantes às de um cartório: todas as operações de compra e venda de ações (e outros ativos) realizadas por meio de corretoras credenciadas são registradas na Bolsa.

Por outro lado, quem já não ouviu o chavão "a Bolsa é um cassino"?

A Bolsa só pode ser considerada um "cassino" para quem faz dela um cassino. Se você compra um lote de ações de uma determinada empresa, só por comprar, e fica esperando que se preço suba para fazer lucro; aí realmente você está portando-se como um autêntico APOSTADOR.

Se você analisa o mercado, suas tendências e conjunturas cruza as informações e chega a conclusão de que vale a pena investir em uma determinada ação porque "tudo leva a crer que a probabilidade de alta desta ação é maior do que a de baixa", aí você já é um ESPECULADOR (e trate de livrar-se o quanto antes de todos os preconceitos existentes em torno desta palavra; não há nada de errado, imoral e nem ilegal em "especular")

Se você faz um estudo mais detalhado sobre a(s) empresa(s) na(s) qual (ais) pretende investir, seus fundamentos econômicos e financeiros, suas políticas de administração e relações com investidores, sua governança corporativa, suas perspectivas de mercado, a economia do País como um todo, de como a empresa poderá portar-se diante disso tudo e quais os resultados que ela pode atingir (e compartilhar com seus acionistas, na forma de dividendos e bonificações) não só a curto prazo como também a médio e longo prazos; aí você está agindo como um "INVESTIDOR".

Para quem diz que a Bolsa é um "cassino", só posso dizer que ambos os estabelecimentos tem uma coisa em comum: existem regras a serem cumpridas e limites a serem respeitados; para quem desconhece os próprios limites e acha que pode depender apenas da "sorte", a probabilidade de quebrar a cara é enorme, seja na Bolsa, no hipódromo, no jogo do bicho ou até mesmo em um cassino.

terça-feira, 16 de agosto de 2011


Renda Fixa

As aplicações em Renda Fixa são aquelas em que uma certa remuneração é paga fixamente

em um determinado período, remuneração esta que pode ser definida no momento da aplicação (prefixada) ou no final do período (pós-fixada).

Uma aplicação em Renda Fixa é basicamente um empréstimo que o investidor cede ao emissor do título (pessoa física, empresa, instituição financeira, governo), assim como em qualquer empréstimo, a taxa de juros é definida previamente.


Títulos Prefixados

São aqueles que têm sua remuneração definida no momento da aplicação, o capital investido começa a render juros já no início da aplicação. Por exemplo: se o investidor compra um título remunerado a 0,8% ao mês, este valor já começa a ser contabilizado no início do mês,


Títulos Pósfixados

São aqueles que têm sua remuneração definida ao final do período de aplicação. Por exemplo: se o investidor compra um título remunerado a 0,8% ao mês, este valor já começa a ser contabilizado no final do mês, Isso ocorre porque o rendimento é determinado pela variação de um certo índice mais uma taxa de juros determinada no início.


Exemplos de investimentos em Renda Fixa:


· Caderneta de Poupança

Contas sobre cujos depósitos são creditados mensalmente (lei de agosto de 1983) juros e correção monetária, uma vez observada a condição de que saques e depósitos sejam feitos em épocas predeterminadas.

· Certificado de Depósito Bancário – CDB

Documento que comprova ter seu possuidor feito um depósito a prazo fixo em estabelecimento financeiro. É negociável, rende juros e, no Brasil, na época em que existia a correção monetária, esta era agregada aos juros, sendo pré ou pós-fixada.

· Títulos Públicos

Títulos emitidos e garantidos pelo governo (União, Estado, município). A emissão de Títulos da Dívida Pública é um instrumento de política econômica e monetária que pode servir para financiar um déficit do orçamento público, antecipar receita ou garantir o equilíbrio do mercado do dinheiro. De acordo com suas características, pode ter a forma de apólice, bônus ou Obrigação do Tesouro Nacional.

· Letras de Câmbio

Tipo de título negociável no mercado. Consiste numa ordem de pagamento em que uma pessoa (sacador ou emitente) ordena que uma segunda pessoa (sacado) pague determinada quantia a uma terceira (tomador ou beneficiário). Deve trazer, de forma explícita, o valor do pagamento, a data e o local para efetuá-lo. Acredita-se que a letra de câmbio teve origem na Itália, ainda na Idade Média, como forma de evitar o transporte de grandes somas de dinheiro e, ao mesmo tempo, reduzir os problemas ocasionados pelas diferentes moedas cunhadas em cada cidade. A forma atual da letra de câmbio e seu funcionamento foram desenvolvidos na Alemanha, no século XIX, quando se definiram as regras de sua circulação. A partir de então, as letras de câmbio passaram a ter valor próprio, tornando-se transmissíveis e com garantia legal. Na prática, a letra de câmbio é uma forma de crédito: em pagamento a determinada compra, o sacador emite a letra de câmbio, que será resgatada no dia de seu vencimento. O sacado, em geral uma instituição financeira, deve dar o aceite, ou seja, tornar-se o devedor direto da quantia estabelecida na letra de câmbio. O sacador, no entanto, é o responsável pelo pagamento, mesmo que o sacado não o faça. Em função da credibilidade do sacado, a letra de câmbio tem maior ou menor liquidez, ou seja, o beneficiário terá maior ou menor facilidade de vendê-la a outra pessoa (se a letra de câmbio for nominal, basta um endosso), e assim por diante, sempre com certo deságio.

· Letras Hipotecárias

Títulos de crédito emitidos por bancos hipotecários. É transmissível por endosso e garante a seu portador preferência sobre todos os imóveis, capital e fundo de reserva do banco.

· Debêntures

Títulos mobiliários que garantem ao comprador uma renda fixa, ao contrário das ações, cuja renda é variável. O portador de uma debênture é um credor da empresa que a emitiu, ao contrário do acionista, que é um dos proprietários dela. As debêntures têm como garantia todo o patrimônio da empresa. Debêntures conversíveis são aquelas que podem ser convertidas em ações, segundo condições estabelecidas previamente.

· Fundos de Renda Fixa

Fundos de investimento que buscam retorno através de investimento em ativos de rendas fixas excluindo-se estratégias que impliquem risco de índices de preço, moeda estrangeira ou de renda variável (ações etc.). Os recursos que o investidor aplica nestes fundos são administrados per bancos, corretoras ou administradoras; que alocam tais recursos na compra de títulos públicos e privados (tanto de renda fixa quando de renda variável), moedas estrangeiras, contratos futuros de commodities e financeiros, entre outras aplicações. Entretanto, o rendimento pago ao investidor é fixo. Deve possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe (variação da taxa de juros doméstica ou de índice de inflação, ou ambos).

ü Exemplos de Fundos de Renda Fixa

§ Renda Fixa: Fundos que buscam retorno por meio de investimentos em ativos de renda fixa (sendo aceitos títulos sintetizados através do uso de derivativos), admitindo-se estratégias que impliquem risco de juros e de índice de preços do mercado doméstico. Excluem-se estratégias que impliquem exposição de moeda estrangeira ou de renda variável (ações etc.). Devem manter, no mínimo, 8 0% de sua carteira em títulos públicos federais, ativos com baixo risco de crédito ou sintetizados, via derivativos, com registro e garantia das câmaras de compensação. Admitem alavancagem.

§ Renda Fixa Crédito Livre: Fundos que buscam retorno por meio de investimentos em ativos de renda fixa, podendo manter mais de 20% da sua carteira em títulos de médio e alto risco de crédito (sendo aceitos títulos sintetizados através do uso de derivativos), incluindo-se estratégias que impliquem risco de juros e de índice de preços do mercado doméstico. Excluem-se estratégias que impliquem exposição de moeda estrangeira ou de renda variável (ações etc.). Admitem alavancagem

§ Renda Fixa Índices: Fundos que buscam seguir ou superar indicadores de desempenho (benchmarks) que reflitam os movimentos de preços dos títulos de renda fixa, tais como o IMA Geral e seus subíndices apurados pela ANBIMA, através de investimentos em ativos de renda fixa (ou títulos sintetizados através do uso de derivativos), admitindo-se estratégias que impliquem risco de juros e de índice de preços do mercado doméstico. Excluem-se estratégias que impliquem exposição de moeda estrangeira ou de renda variável (ações etc.), ou que busquem seguir ou superar as variações do CDI ou Selic. Admitem alavancagem.

Alavancagem: Termo usado no mercado financeiro para designar a obtenção de recursos para realizar determinadas operações. Num sentido mais preciso, significa a relação entre endividamento de longo prazo e o capital empregado por uma empresa. Assim, o quociente Endividamento de Longo Prazo/Capital Total Empregado reflete o grau de alavancagem aplicado. Quanto maior for o quociente, maior será o grau de alavancagem.

Fontes:

§ Wikipedia

§

Sandroni, Paulo

NOVÍSSIMO DICIONÁRIO DE ECONOMIA

Editora Best Seller, 1999

§

Como Investir, Associação Brasileira dos Bancos de Investimento