quinta-feira, 10 de novembro de 2011

MERCADOS DERIVATIVOS


“CONTRATE AGORA, ACERTE DEPOIS”

Existe um mercado onde é possível comprar sem ter dinheiro, vender sem possuir a mercadoria ou ativo e onde menos de 1% das transações são efetuadas de fato, com entrega efetiva do ativo ou mercadoria e sem pagamento efetivo.

Estamos falando do Mercado Derivativo, também conhecido como Mercado de Contratos Futuros, Mercado de Futuros, ou simplesmente Mercado Futuro.

Nas últimas décadas, os chamados “Derivativos” vêm ganhando grande espaço no noticiário econômico mundial. Em todas as grandes crises que abalaram a economia e as finanças nos últimos 15 anos (e não foram poucas), os Derivativos foram apontados como um dos grandes (se não o maior) vilões. Entretanto, seu conceito básico (contrate agora, acerte depois) é bastante antigo. Na Ágora da Grécia Antiga e no Fórum Romano já se contratavam negociações de diversas mercadorias para acerto futuro, com padrões de qualidade definidos por amostras. Na Idade Média, as grandes feiras de toda a Europa já apresentavam mecanismos relativamente sofisticados de negociação futura, que incluía livre trânsito de negociantes entre os países, proteção por parte dos nobres, câmbio de moedas, etc.

Entretanto, foi no Japão Feudal que surgiu um mercado incrivelmente semelhante ao moderno mercado derivativo: o mercado de arroz escritural, ou “mercado de arroz no livro”. As constantes oscilações no mercado físico de arroz causavam grandes incertezas nos produtores e comerciantes do cereal; para proteger-se da constante variação nos preços, os agricultores começaram a emitir recibos sobre a safra de arroz que ainda seria colhido. Tais recibos acabavam tornando-se um ativo financeiro. Para retirar-se do mercado livre de ônus, o vendedor do cereal simplesmente contratava uma compra da mesma quantidade de arroz para entrega na mesma data acertada no contrato de compra. Na prática era como se estivesse vendendo o arroz para si mesmo. Por incrível que possa parecer, este mercado era extremamente organizado.

Nos Estados Unidos durante o Século XIX, as dificuldades geradas pela má qualidade das estradas e portos, além das oscilações normais nos preços de cereais e do gado (causadas por fatores climáticas, políticos, econômicos, etc.) causavam incerteza nos agricultores, pecuaristas e comerciantes; que ficavam a mercê dos açougueiros e grandes moinhos. Para proteger-se de tais fatores, fazendeiros e comerciantes criaram um mercado organizado, absorvendo as experiências européias e japonesas de negociação futura. Toda a produção era embarcada para Chicago, escoadouro natural da produção americana. Assim surgiu a Chicago Board of Trade, a maior e mais importante bolsa de mercadorias e futuros do mundo até a atualidade.

No Brasil, algo semelhante teve início no século XX, quando comerciantes de algodão, café, milho e gado fundaram a Bolsa de Mercadorias de São Paulo, onde as mencionadas mercadorias eram negociadas a termo, ou seja, para acerto financeiro em data futura. Na década de 80 surge a Bolsa Mercantil & de Futuros – BM&F; na qual começam a ser negociados contratos a termo e a futuro de ouro, dólar e ativos financeiros. Em 1991, a BMSP e a BM&F fundem-se, surgindo assim a Bolsa de Mercadorias & Futuros; mantendo-se a sigla “BM&F” e unificando-se as negociações com commodities agrícolas da BMSP com as negociações financeiras da BM&F original.

Em 2000, a BM&F se junta a outras bolsas de mercados futuros do mundo na Globex Alliance, uma plataforma de negociação única, que possibilita negociar contratos futuros em diversas partes do mundo. Em 2008, a BM&F funde-se a Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa, surgindo assim a BM&FBovespa, também chamada de Nova Bolsa; unindo os mercados de capitais e derivativos.

DEFINIÇÃO DE “DERIVATIVOS”

São chamados de “derivativos” qualquer ativo financeiro derivado – parcial ou totalmente – de outro ativo. Opções sobre ações, contratos a termo e contratos futuros são derivativos, pois são lastreados em outros ativos, tais como ações, títulos da dívida pública, moedas estrangeiras e commodities como ouro, minério de ferro, petróleo, cereais e gado.

Os derivativos dividem-se basicamente em:

· Opções: no mercado de opções, negocia-se o direito de comprar ou de vender um bem por um preço fixo numa data futura. Quem adquirir o direito deve pagar um prêmio ao vendedor tal como num acordo seguro.

· Contratos a Termo: como comprador ou vendedor do contrato a termo, você se compromete a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um preço fixado, ainda na data de realização do negócio. A data de realização do negócio e a realização são pré-estabelecidas para uma data futura. Os contratos a termo somente são liquidados integralmente no vencimento. Podem ser negociados em bolsa e no mercado de balcão.

· Contratos Futuros: deve-se entender o mercado futuro como uma evolução do mercado a termo. Você se compromete a comprar ou vender certa quantidade de um ativo por um preço estipulado para a liquidação em data futura. A definição é semelhante, tendo como principal diferença a liquidação de seus compromissos somente na data de vencimento, no caso do mercado a termo. Já no mercado futuro, os compromissos são ajustados diariamente às expectativas do mercado referentes ao preço futuro daquele bem, por meio do ajuste diário (mecanismo que apura perdas e ganhos). Além disso, os contratos futuros são negociados somente em bolsas.

· Swaps: no mercado de swap, negocia-se a troca de rentabilidade entre dois bens. Pode-se definir o contrato de swap como um acordo, entre duas partes, que estabelecem a troca de fluxo de caixa tendo como base a comparação da rentabilidade entre dois bens. A operação de swap é muito semelhante à operação a termo, uma vez que sua liquidação ocorre integralmente no vencimento.

REFERÊNCIAS:

Wikipedia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Derivativo

BM&F-Bovespa:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/educacional/iniciantes/mercados-de-derivativos/o-que-sao-derivativos/o-que-sao-derivativos.aspx?idioma=pt-br

http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/educacional/iniciantes/mercados-de-derivativos/tipos-de-derivativos/tipos-de-derivativos.aspx?idioma=pt-br

Nenhum comentário:

Postar um comentário